Se na Nova História Cultural muito se discute sobre Fenomenologia, como processo de investigação sobre a natureza das coisas, sua dissecação hermenêutica, e sua semiologia, obviamente, que se faz necessário buscar elementos na Filosofia que expliquem um pouco desse processo epistemológico.
David Hume desenvolveu suas teorias após as leituras de John Locke e Berkeley. O primeiro era quase totalmente contrário ao ‘racionalismo’ cartesiano, cujo princípio se estabelecia na responsabilidade total de nossos pensamentos na ‘Razão’ pura, e o grande formulador de nossas idéias seria Deus, quando o agente não fosse um gênio maligno.
Em Locke, as coisas se dariam na mente humana não de um saber inato como Descartes, pois sim, pela experiência, pelo processo empírico no contato do indivíduo com as coisas que o rodeiam, bem como as percepções internas dos seres (não apenas as externas). Para Locke a mente das pessoas seria um papel em branco.
Com Berckekey, Hume percebeu que além de as coisas se darem pela experiência como em Locke, alguns conceitos foram adicionados. Locke dizia que todas as coisas tinham formas e tamanho, em primeiro lugar, e cores e sabores, em segundo lugar, o que para Berckeley era impossível de se ter alguma dissociação. Berckeley é o precursor do fenomenalismo, percebendo nas coisas uma distinção do que de fato pode ser real ou fictício, visto que, para ele, nossas percepções sobre as coisas partiam de nossa subjetividade, e cada coisa só poderia ser real enquanto sentida, vista, ouvida, cheirada; caso contrário, seria irreal, pois, não estaria sendo pensada. Suas percepções sobre a mente humana se assemelha à Descartes quando coloca em Deus a responsabilidade de administrar as coisas do universo, ficando meio distante de Locke.
Hume, por sua vez, reaproveita a fenomenologia de Berckeley e o valor nas experiências físicas, não metafísicas, de Locke, para formular suas concepções sobre o Entendimento Humano.
Quanto às impressões, às idéias, às representações, lembranças do passado e imaginações para o futuro, fazem com que tudo em processo epistemológico fosse dedicado ao empirismo de Hume. Hume se diz um cético mitigador, tão profundo que até mesmo quem o lê desconfia se é verdade o que ele escreve. Poderia estar sendo também um ilusionista.
Quanto a esta questão e outras de ordem metodológicas, que depois os utilizará para uma análise e síntese de todas as concepções vistas até então será Immanuel Kant, com seu criticismo, adotando até um caráter mais metafísico nas coisas do mundo, transcendental.
DIOGO H. A. DE ALMEIDA, Pós-Graduando em História: Cultura e Sociedade. na UENP Integrante do Grupo de Pesquisa em História e Literatura da UENP. Graduando em Filosofia da UENP. Representante do Corpo Discente de Pós-Graduação do Centro de Ciências Humanas e da Educação (CCHE/UENP).
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